Sebastião de Barros, o K-Ximbinho, nasceu em 26 de janeiro de 1917. Clarinetista, compositor, arranjador e regente. Ainda menino, freqüentava os ensaios da banda de sua cidade natal, Taipu (RN), da qual fez parte anos depois. Nessa época, iniciou-se na clarineta e em solfejo. Transferiu-se de Taipu para Natal (RN), com sua família, onde integrou a banda da Associação de Escoteiros do Alecrim. Nessa época, participou de um grupo de "jazz" (a Pan Jazz), formado por estudantes secundaristas. Durante o serviço militar, integrou a banda tocando saxofone e, por causa dele, ganhou o apelido.
Aos 21 anos, tornou-se membro da Orquestra Tabajara, em João Pessoa, na Paraíba, e ali travou contato com o choro e o jazz, ganhando acesso a partituras e arranjos que despertaram seu interesse por estudar algo mais do que o instrumento. Fez parte da Orquestra Tabajara de 1942 a 1945 onde gravou pela primeira vez uma obra sua: “Sonoroso”.
Transferiu-se para o Rio de Janeiro em 1942. Entre 1951 e 1954, estudou harmonia e contraponto com o professor alemão Hans-Joachim Koellreutter, de formação erudita, experimentador inquieto, e arrematou a sua formação de compositor e arranjador.
Segundo o maestro Paulo Moura, K-Ximbinho foi "o mais original dentre os instrumentistas que se dedicaram à orquestra popular urbana". Dedicou-se ao "jazz", ao choro e ao conjunto regional. "Sua atuação no "jazz" do Brasil é marcada pela criação de formações camerísticas, orquestrando para instrumentos até então pouco utilizados nas pequenas formações." Foi ainda um importante divulgador do choro, por meio de obras como "Sonhando" e "Sonoroso". Em 1938, ingressou na Orquestra Tabajara, do maestro Severino Araújo, onde permaneceu até 1942. Nesse mesmo ano, passou a integrar a orquestra do maestro Fon-Fon. Na gravação da música "Maria Helena", feita por Francisco Alves na Odeon, fez o solo de clarineta. Em 1943, passou a atuar na orquestra de Napoleão Tavares. Em 1945, apresentou-se em vários shows na boate Night and Day. Ainda nesse ano, retornou à Orquestra Tabajara, onde ficou até 1949, como primeiro saxofonista. Fez parte do regional da Rádio Tabajara da Paraíba. Sua primeira composição gravada foi "Sonoroso", em parceria com Del Loro, lançada pela Orquestra Tabajara em 1946 na Continental. Em 1948, teve seu choro "Sonhando", gravada por Ademilde Fonseca com acompanhamento de seu conjunto. Em 1949 atuou na orquestra da Rádio São Paulo e no famoso Dancing Avenida, do Rio de Janeiro. Em 1950, fez uma excursão pelo Brasil como integrante de uma orquestra organizada pela norte americana Jovita Leiros. Em 1951, trabalhou na Rádio Nacional e logo depois na boate Casablanca. Em 1953 gravou ao clarinete pela Continental os choros "Perplexo" e "Tudo passa", ambos de sua autoria. Em 1954, gravou com seu conjunto o maxixe "Começou o baile" e o "Baião potiguar", de sua autoria. No mesmo ano, fez excursão à Europa. Ao retornar, passou a trabalhar como arranjador na gravadora Odeon, além de atuar na boate Sacha's. Em 1955, gravou com sua orquestra na Continental o samba "A fonte secou", de Monsueto Menezes, Tuffic Lauar e Marcléo e o choro "Gilka", de sua autpria. Em 1956, gravou com seu conjunto na Odeon, tocando clarinete, o fox "Ama-me ou esquece-me", de Donaldson e Kahn e o choro "Murmurando", do maestro Fon-Fon. No mesmo ano, gravou com seu conjunto melódico o samba "Jura", de Sinhô. Em 1958, lançou pela Polydor o LP "Em ritmo de dança". Em 1959 assinou contrato com a Polydor para trabalhar como arranjador e lançou na mesma gravadora o LP "O samba de Cartola", com músicas do compositor mangueirense. Em 1961 lançou o LP "K-Ximbinho e seus play boys", também pela Polydor. Em 1965 passou a integrar o conjunto Sete de Ouro, com o qual atuou até 1968. Nessa época, trabalhou como arranjador na TV Globo e integrou a Orquestra Sinfônica Nacional, da Rádio MEC. Em 1978 venceu um concurso de choros promovido pela TV Bandeirantes com "Manda brasa", sua última composição. Em 1980, participou da gravação do LP "Saudades de um clarinete", só com músicas suas, todas arranjadas por ele, interpretadas, sob sua regência, por um time de grandes instrumentistas, Rafael Rabelo, Paulo Sérgio Santos, Zé Bodega, Airton Barbosa, Carlos Rato, entre outros.
Faleceu no Rio de Janeiro, em 26 de junho de 1980.
http://musicosdobrasil.com.br/k-ximbinho